Turismo sombrio como lição de memória: As marcas da ditadura civil-militar de 64 na cidade de São Paulo

Adriana Coelho-Florent

Resumo


Este trabalho tem por base a observação do itinerário Caminhos da resistência – Memórias da política paulistana, proposto pelo departamento de turismo social do Serviço Social do Comércio de São Paulo, em torno da resistência contra a ditadura civil militar de 1964 no Brasil. Além da visita de espaços patrimonializados, cujo principal é o Memorial da resistência, o passeio tem dimensões de turismo literário, ao incluir poemas/canções engajados ligados a este periodo. Tendo como respaldo metodológico a abordagem interdisciplinar indispensável aos estudos de turismo literário, nosso objetivo é de propor um enriquecimento deste aspecto do itinerário. Para tanto, recorremos a três obras de cunho autobiográfico do dramaturgo e diretor de teatro Augusto Boal (1931 – 2009), que poderiam intensificar o processo imersivo proposto pelo Memorial. Em conclusão, refletimos sobre o indispensável papel pedagógico desempenhado por esta forma espécifica de turismo sombrio e literário no atual contexto de crise social, política e ética do Brasil destes últimos anos.

Palavras-chave


turismo sombrio; turismo literário; ditadura civil militar de 1964; cidade de São Paulo; tortura; Augusto Boal

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