Experiências identitárias no Caminho Português da Costa até Santiago

Gonçalo Maia Marques, Manuel Tojal, José Maia Marques, Vítor Sá

Resumo


Dada a crescente popularidade e o progressivo interesse despertado pelo Caminho Português da Costa até Santiago nas últimas décadas e, sobretudo, nos anos mais recentes, este artigo pretende compreender a experiência cultural e estética que se desenvolve neste caminho específico, elegendo como trabalho de campo o noroeste de Portugal. O artigo procede a um cruzamento de fontes diversas rumo ao entendimento da literacia histórica e patrimonial deste importante – e emergente – itinerário cultural. Assumindo uma postura marcada e claramente qualitativa, recorre à análise documental e de conteúdo, bem como a entrevistas e inquéritos a peregrinos, especialmente nas comunidades de Labruge e Rates, a cuja amostra acrescentamos os testemunhos recolhidos no sítio oficial do caminho costeiro. O objetivo final será entender até que ponto este produto turístico se poderá constituir como uma oportunidade para a fruição de novas experiências estéticas.


Palavras-chave


Caminho Português da Costa, Noroeste de Portugal, Experiências Identitárias

Texto Completo:

PDF

Referências


Referências

Adrião, V. M. (2011). Santiago de Compostela: mistérios da rota portuguesa. Lisboa: Dinapress.

Almeida, C. & Almeida, P. (2011). Caminhos portugueses de peregrinação: o caminho litoral para Santiago. Maia: Edições Ismai/Cedtur/Cetrad.

Barca, I. (2006). Literacia e consciência histórica. Educar, Especial, pp. 93-112, 2006. Curitiba: Editora UFPR. http://repositorium.sdum.uminho.pt/bitstream/1822/63487/1/nspea06.pdf

Barusch, K. (2021). Introduction: Pilgrimage as Art, Art as Pilgrimage. Imaging Pilgrimage: Art as a embodied experience. London: Bloomsburry Visual Arts.

Bloom, T., Nilsson, M. & Santos Solla, X. (2008). Pilgrimage or sacred Tourism? A Modern Phenomenon with Historical Roots, with examples from Fatima and Santiago de Compostela. Revista Turismo e Desenvolvimento (9), 63-78.

Bogdan, R. & Biklen, S. (1994). Investigação qualitativa em educação: uma introdução à teoria e aos métodos. Porto: Porto Editora.

Câmara Municipal do Porto et al. (2020). Caminhos de Santiago: Caminho Português da Costa. Guia do Caminho. Norte 2020.

Caminhos de Santiago – Caminho Português da Costa: Testemunhos (2023). Disponível em: http://www.caminhoportuguesdacosta.com/pt/peregrinos/testemunhos.

Campelo, Á., Rego, A., Carlos, A., Deolinda, C., Magalhães, I. & Marques, J. (2017). Caminho Português da Costa: Estudos. Porto, [etc.]: Câmara Municipal do Porto.

Confalonieri, G.B. Memoria di alcune cose notabili occorse nel viaggio fatto da me Gio.Battista Confalonieri Sacerdote Romano da Roma in Portogallo – Memorie dei viaggi di Mons. Confalonieri in Portogallo, in Spagna e in diverse parti d’Italia, Volume 11, Fundo Confalonieri do Arquivo Secreto do Vaticano, Vaticano, 1592 (tradução para castelhano por Sánches Cantón, Cuadernos de Estudios Galegos, Vigo, 1964).

Confalonieri, J. & Meléndez, J M. (1988). El Camino Portugués. Vigo: Associación Amigos de los Pazos.

Cunha, A., Terrón, A., Portugal, J. & Alves, L. (1998). Caminhos Portugueses de Peregrinação a Santiago: Itinerários portugueses. Santiago de Compostela/Porto: Xunta de Galicia.

Cunha, A. (2005). O Caminho português: património e etnografia. In X. Pardellas (dir.), Turismo religioso: o Camiño de Santiago (pp. 49-84). Vigo: Universidade de Vigo.

Duarte, A. (2016). Caminhos de Santiago: o Caminho Português como fator de desenvolvimento turístico no concelho de Barcelos. Dissertação de Mestrado apresentada na Universidade de Coimbra. Disponível em:

https://repositorio-aberto.up.pt/bitstream/10216/87059/2/165050.pdf

Fernandes, A. P. (2016). Peregrinando a Santiago na Filatelia. Vila do Conde: Câmara Municipal de Vila do Conde.

Fernandes, C. (2012). Creating new forms of consumption along the Portuguese Camino de Santiago. Revista Turismo & Desenvolvimento, (17-18), 181-183.

Fernandes, P. A. (2018). Guia dos Caminhos de Santiago. Porto: Porto Editora.

Franklin, A. (2018). Art tourism: a new field for tourist studies. Tourist Studies, 18 (4), 399-416. doi: https://doi.org/10.1177/1468797618815025

Gomes, L. (2017). Os caminhos portugueses a Santiago de Compostela: o património em processo. [Tese de Doutoramento em Antropologia]. Universidade de Coimbra. Disponível em: http://hdl.handle.net/10316/79392

Gonçalves, F. (2012). Plano de interpretação dos Caminhos de Santiago no Centro Histórico de Barcelos. Instituto Politécnico de Viana do Castelo, Viana do Castelo. Disponível em: http://repositorio.ipvc.pt/bitstream/20.500.11960/1337/1/Francisco_Goncalves.pdf

Griffin, K.& Raj, R. (2015). The Globalization of Pilgrimage Tourism? Some Thoughts from Ireland. In R. Raj & K. Griffin (Eds.), Religious tourism and pilgrimage management: an international perspective. Oxfordshire: CABI.

Kim, B., Kim, S. & King, B. (2016). The sacred and the profane: identifying pilgrim traveler value orientations using means-end theory. Tourism Management, 56, 142-155. https://doi.org/10.1016/j.tourman.2016.04.003

Lois-González, R. & Santos, X. (2015). Tourists and pilgrims on their way to Santiago: Motives, caminos and final destinations. Journal of Tourism and Cultural Change, 13 (2), 149-164. https://doi-org/10.1080/14766825.2014.918985

Lopes, I. (2020). Análise e identificação dos discursos, práticas patrimoniais e stakeholders no Caminho Português da Costa para Santiago de Compostela. [Dissertação de Mestrado]. Universidade do Minho, Braga. Disponível em:

http://repositorium.sdum.uminho.pt/bitstream/1822/70663/1/Dissertacao%20Ines%20Lopes.pdf

Marques, G. (2020). Heritage Literacy: contributions into a conceptual framework. Diálogos com a Arte: revista de Arte, Cultura e Educação, 10. Viana do Castelo: IPVC e UM, pp. 150-161. Disponível em https://9c6a2e0d-453e-40c4-aed1-da121f257c31.filesusr.com/ugd/6d6107_55089fef6dbe436cace8facddd38cc2a.pdf

Marques, J. (2006). Os santos dos caminhos portugueses. História: Revista da Faculdade de Letras da Universidade do Porto, (7), 243-262. Disponível em:

http://ojs.letras.up.pt/index.php/historia/article/view/3772/3527

Marques, J. M. (2023). Caminho da Costa. National Geographic – Edição Especial Viagens (O Caminho Português de Santiago), pp. 37-53.

Marques, J. M. et al. (2017). Caminho Português da Costa. Estudos. Câmara Municipal do Porto.

Mendes, A.C. (2009). Peregrinos a Santiago de Compostela: uma etnografia do Caminho Português. Dissertação de Mestrado apresentada na Universidade de Lisboa, Lisboa. Disponível em: https://core.ac.uk/reader/12420674

Moreno, H. B. (1986). Vias portuguesas de peregrinação a Santiago de Compostela na Idade Média. História: Revista da Faculdade de Letras da Universidade do Porto, II série, Vol. III, 77-89.

Moreno, H.B. (1997). A via medieva do atlântico na peregrinação a Santiago. Actas do III Encontro sobre os Caminhos Portugueses a Santiago. Ed. Câmara Municipal de Valença, 31-39.

Oviedo, L., Courcier, S. & Farias, M. (2014). Rise of Pilgrims on the Camino to Santiago: Sign of Change or Religious Revival? Review of Religious Research, 53 (3), 433-442. https://doi.org/10-1007/s13644-013-0131-4

Pereiro, X. (2017). Turiperegrinos portugueses no caminho português interior de Santiago de Compostela. Revista Turismo & Desenvolvimento, 1(27/28), 413-423.

https://doi.org/10.34624/rtd.v1i27/28.8515

Pinto, H. (2012). Educação histórica e patrimonial: conceções de alunos e professores sobre o passado em espaços do presente. Dissertação de Doutoramento em Ciências da Educação (Especialização em Educação em História e Ciências Sociais) apresentada ao Instituto de Educação da Universidade do Minho. http://repositorium.sdum.uminho.pt/handle/1822/19745

Raj, R., Griffin, K. & Blackwell, R. (2015). Motivations for Religious Tourism, Pilgrimage, Festivals and Events. In R. Raj & K. Griffin (Eds.), Religious tourism and pilgrimage management: an international perspective (2nd ed.). Oxfordshire: CABI.

Rakic, T. & Lester, J.A. (2016). Travel, Tourism and Art. London: Routledge.

Richards; G. (2011). Tourism Development Trajectories: from Culture to Creativity? Tourism and Management Studies, (6), 9-11.

Rodrigues, G. (2022). Estudo da dinâmica da procura do Caminho Português da Costa em contexto de pandemia. Dissertação de Mestrado em Turismo, Inovação e Desenvolvimento apresentada na Escola Superior de Tecnologia e Gestão do Instituto Politécnico de Viana do Castelo. Disponível em: http://repositorio.ipvc.pt/handle/20.500.11960/2748

S.A. (2023, março 17). Quatro concelhos unidos para valorizar o Caminho de Santiago. Jornal de Notícias. Disponível em: https://www.jn.pt/local/noticias/braga/barcelos/quatro-concelhos-unidos-para-valorizar-o-caminho-de-santiago-16022798.html

Schnell, T. & Pali, S. (2013). Pilgrimage today: the meaning-making potential of ritual. Mental Health, Religion & Culture, 16 (9), 887-902.

Suzana (2015). Por que o Caminho Português da Costa é especial? Disponível em: https://www.thatgoodtrip.com/caminho-portugues-da-costa/

Tală, M. L. & Pădurean, A. M. (2008). Dimensions of religious tourism. Amfiteatru Economic (vol. 10).

Valek, N. & Mura, P. (2023). Art and tourism: a systematic review of the literature. Tourism Review, 78 (1), 273-290. https://doi.org/10.1108/TR-05-2022-0214

Viaje de Cosme de Médicis por España y Portugal (1668-1669). Edicion y notas por Angel Sánchez Rivero y Angela Mariutti de Sánchez Rivero. Madrid: Junta para Ampliacion de Estudios e Investigationes Cientificas, Centro de Estudios Historicos, [1933]. https://purl.pt/12926